terça-feira, 30 de setembro de 2014

PRIMÁRIAS (TAMBÉM) NOUTROS PARTIDOS?

João Soares e José Eduardo Martins falam da imigração para a Europa e da política europeia nesta matéria, passando pela crise na Ucrânia. A concluir falam nas directas no PS e o que mudou no País. E na "soberba" de António Costa, em resposta a um vídeo da campanha de Seguro, ao atirar o cravo aos seu apoiantes no domingo e que, no entender de José Eduardo Martins, não augura nada de bom.

Ligações: Candidatura de Costa “não faz, obviamente, sentido” [Público]; Costa diz a Seguro: "Juntos somos imbatíveis" [DN]

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O PARTIDO DA LUA NOVA

No último debate, António José Seguro falou no "partido invisível" dos interesses, que atravessa todos os partidos (incluindo o PS) e do qual muita gente fala, que apoia António Costa, referindo-se ao caso concreto do ex-administrador do BES Nuno Godinho de Matos, porta-voz dos fundadores do PS e apoiante de Costa, como um exemplo de "promiscuidade total entre o sistema financeiro e os partidos". 
Costa acusou o toque: "Se tu tivesses tido com o Governo um décimo da agressividade que tens para comigo, este Governo já tinha caído". E arregalando os olhos ao seu adversário, disparou: "o que é que tu fizeste de concreto na vida para combater a corrupção?", lembrando as várias medidas que disse ter tomado quando foi ministro da Justiça e que, até agora, não tiveram resultados visíveis, como, por exemplo, para encontrar culpados nos casos do BPN, do BPP, do BES,  das PPP's, do Freeport ou dos submarinos. 
Para já, a obrigatoriedade da declaração de interesses, que Seguro deu como exemplo para os advogados deputados, teve as suas consequências quando, logo a seguir, António Vitorino, provavelmente desagradado com o "populismo", aproveitou o seu comentário semanal na SICN para declarar publicamente o seu apoio a António Costa.
Se tivéssemos estado no lugar de João Adelino Faria gostaríamos de ter feito muitas outras perguntas. Gostaríamos de saber, por exemplo, se o indignado António Costa, tal como o seu amigo José Sócrates, também enviou mensagens de amizade aos envolvidos do PS no processo "Face Oculta" e se acha bem que o secretário-geral - enquanto tal - deva manifestar apoio público a correlegionários seus envolvidos em processos judiciais (como, por exemplo, o da pedofilia da Casa Pia). E, já agora, se também apoia a "generosidade" dos militantes que, como Godinho de Matos, transportaram ou transportam malas de dinheiro para os dirigentes.
O próximo dia 28 de Setembro vai ser decisivo. Desiludam-se aqueles que pensam que não há diferenças, por ambos os candidatos a candidatos serem do mesmo partido. Mais que estes dois homens estão em causa duas formas de fazer política. Ganhe quem ganhar, o futuro do PS não vai ser fácil. E não é por causa do Governo.
Se os partidos não se regenerarem melhorando substancialmente a sua democraticidade e transparência, - nomeadamente separando a política dos negócios - as novas realidades políticas e sociais se encarregarão de os substituir. Para além do novo partido de Marinho Pinto, já anunciado para 5 de Outubro, outros movimentos, mais ou menos inorgânicos, surgirão  a ameaçar os partidos do arco do poder no nosso califado.      

Ligações: “Irritadiço” e “encantador”: António Costa por quem o conhece [Observador]; Godinho de Matos diz que não é porta-voz dos fundadores do PS [Observador]

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

AS DIFERENÇAS ENTRE COSTA E SEGURO

A senilidade tem destas coisas: dá-nos coragem para uma certa incontinência verbal e, enfim, dá-nos oportunidade de expressarmos mais frequentemente aquilo que de facto sentimos. Enfim, é a reminiscência da autoridade que já se teve e a nostalgia por um estatuto que deixou de se ter. Acontece aos reformados de todos os ramos de actividade e muito particularmente da política. 
Vem isto a propósito do toque de clarim de Mário Soares e da recente almoçarada no Áltis de um quarteto de mediáticos grandes educadores socialistas, respectivamente, no lançamento e no estridente apoio público a António Costa no assalto à liderança do PS. 
Sem oposição declarada, Seguro tinha tomado conta do partido em circunstâncias difíceis, na sequência da estrondosa derrota de Sócrates que catapultou Passos para o poder, mesmo sem ter curriculum político ou de Estado para isso, como vai sendo cada vez mais trivial no nosso país. 
Tal como a Fénix a ressurgir das cinzas, Seguro arregaçou as mangas e procurou unir e reconstruir um partido destroçado, confortando camaradas derrotados - muitos deles seus adversários políticos internos - altamente comprometidos com a política de Sócrates de que a dívida pública não é para pagar. 
Só que Seguro - que é cavalheiro, leal e educado - esqueceu-se que quem o inimigo poupa às mãos lhe morre. A política de generosidade e complacência para com os adversários fê-lo distraír da sua identidade política e de princípios que genuinamente sempre defendeu, nomeadamente: 
  • o aperfeiçoamento da representatividade democrática dentro e fora dos partidos; 
  • o regionalismo e a defesa do interior do país;  
  • a ética e a transparência, através da separação dos negócios da política. 
Na sua longa carreira política no partido e em cargos públicos, António José Seguro apercebeu-se da deficiente representação democrática dos cidadãos propondo a reforma do parlamento e levando, agora, à prática um novo sistema de eleições internas do partido. 
Ao contrário do seu opositor - que é sulista, urbano e elitista, com "quadratura" assegurada continuamente nos media -, Seguro foi discretamente autarca no seu município natal e sabe que até mesmo um sinal de trânsito mal colocado pode prejudicar uma terrinha do interior, quanto mais a abolição de centros de saúde, de escolas, de repartições de finanças e de tribunais. E, se Seguro fosse presidente da Cãmara da capital, nunca deixaria ceder a uma casa regional um edifício que nem sequer serve para habitação. 
A transparência do Estado e a separação dos negócios da política é outra bandeira de Seguro, que deve ser de todos os partidos e de todos os portugueses. Basta lembrarmo-nos das consequências de casos como os do BES, do BPN, dos submarinos, do Freeport, das PPP's, etc. A não ser que distraídamente deixemos colocar como símbolos nacionais figuras públicas com as quais Alves dos Reis teria muito que aprender.

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