Segundo a Bloomberg, a China está a construir uma cidade nas florestas perto de Minsk, a capital da Bielorrussia. A cidade estará preparada para receber 155 mil pessoas, permitindo à China criar uma espécie de hub entre a Europa e a Ásia: as exportações chinesas estarão a menos de 300 km da Lituânia e da Polónia, dois países membros da União Europeia. Outra vantagem é que os acordos entre a Bielorrússia, a Rússia e o Casaquistão permitirão aos produtos oriundos desta cidade-parque industrial passar as fronteiras destes dois últimos países sem barreiras alfandegárias.
A China investirá 3,8 mil milhões de euros nesta operação e a nova cidade ficará ligada ao aeroporto de Minsk através de uma ferrovia de alta velocidade. A energia será fornecida por uma central nuclear a construir pela Rússia até 2018. A primeira fase de construção da nova cidade ficará pronta em 2020, e a conclusão está prevista para 2030.
O futuro parque industrial contará com isenção de impostos e taxas municipais para as empresas que venham a instalar-se e invistam um mínimo de 3,8 milhões de euros, qualquer que seja a sua origem. Há já grandes empresas interessadas no projecto.
Com o objectivo de reforçar a cooperação económica, o primeiro ministro chinês Li Keqiang visitou, em 26 de Maio, a Alemanha, único país europeu incluído, então, no seu roteiro, segundo a Xinhuanet. A opção estratégica de longo prazo da China é efectivamente desenvolver a cooperação com a Alemanha, que é o seu primeiro parceiro económico europeu. Esta visita permitiu aos dois países atenuar as tensões sino-europeias, aumentadas desde que a Comissão Europeia anunciou querer taxar significativamente a importação de painéis solares da China. Uma proposta contestada por Angela Merkel que liderou a contestação a esta medida.
Do lado bielorrusso, a aliança com a China é uma maneira de diminuir a dependência da Rússia. A União Europeia e os Estados Unidos intensificaram sanções contra o país depois de Alexander Lukashenko ter aprisionado os seus opositores políticos. O desaparecimento dos aliados Kadhafi e Chavez aumentou o isolamento do regime.
Aliás, a Bielorrússia não é propriamente o parceiro ideal para uma aproximação ao mercado europeu, até porque um projecto anterior na Bulgária, bem mais modesto, foi votado ao fracasso em 2010.
Ligações: China Builds EU Beachhead With $5 Billion City in Belarus [Bloomberg]; Premier Li Keqiang begins official visit to Germany [Xinhuanet]; Industrie: Nouvelle mesure de rétorsion de la Chine contre l’Europe [Les Echos].
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