Ontem, na Alfândega do Porto, Seguro disse que o seu projecto assenta num compromisso ético. Não visa o poder pelo poder, para distribuir benesses pelos apaniguados.
Há regras de convivência num órgão democrático e que é natural que quem quer ser líder se apresente, como fez Francisco Assis.
Ninguém mais se chegou à frente. Faltavam quatro anos para as legislativas e o PS vinha da sua maior derrota de sempre. Nessa altura,lembra-se de amigos lhe dizerem ‘Não vás agora, para seres queimado’. Mas como é que alguém pode virar as costas ao seu partido no momento mais difícil?
Seguro lembrou ainda que, no ano passado, quando o seu adversário admitiu disputar-lhe a liderança, dispôs-se, “sem hesitação”, a antecipar o congresso. Só que o autarca de Lisboa fugiu ao confronto.
Mas agora? Quando não estava aberta nenhuma disputa pela liderança? Só porque já é apetecível o poder? Quando já há a certeza de que o PS ganha as próximas legislativas?
Portugal não precisa de um primeiro-ministro de ocasião. Precisa de um líder que avance nos momentos difíceis, sublinhando que a lealdade e a solidariedade são valores que fazem parte da matriz do PS. Se não os conseguimos praticar cá dentro, como vamos querer que os portugueses acreditem que os vamos praticar no país?
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