O ex-Director Regional de Edifícios de Lisboa, conhecido carinhosamente pelos seus subordinados pelo diminutivo Toni, passou (finalmente) à reserva. Indefectível de Vasco Costa e membro destacado do seu "burô político", a sua filosofia de gestão transparece, ainda hoje, em unidades organicas como a DEPO do Igespar, dirigida por uma sua ex-chefe de divisão e dilecta discípula.
A extinção da DGEMN cortou cerce as promessas que lhe haviam sido feitas de ascender a subdirector-geral. Primeiro foi Elísio Summavielle que se antecipou e depois resistiu ao assalto, mesmo em época PSD. Depois foi Correia Abrantes que, apoiado pelo ex-assessor da ministra Pires de Lima, "aferroou" o lugar e deitou o sonho às ortigas. De nada valeu ter acreditado em promessas e andar a adiar, para depois "meter o papel" como simples engenheiro assessor principal e ficar com pouco mais de dois mil euritos por mês. Já não bastava ter regressado prematuramente aos "portos".
O ex-Director deixa a sua competência impressa nas vastas empreitadas promovidas pela sua direcção regional, que se consubstanciam nos projectos, obras e nas ajudas aos concursos realizados. Magnânimo para com os seus chefes de divisão, a quem, de vez em quando, dava a honra de lhe transportarem as bagagens e de conduzirem o automóvel que lhe estava distribuído, Leitão Cerdeira ficou conhecido, entre os funcionários, pela generosidade com que lhes cortava as férias na véspera de períodos festivos. Queriam ir mais cedo e fazer como o Director ? Ora toma! Por alguma razão há diferença entre directores e subordinados.
Ficaram célebres as sobremesas que, generosamente, oferecia a alguns funcionários, fiel ao conhecido "slogan", inteligentemente alterado, "se conduzir, não beba, nem coma", porque evita acidentes na estrada e desfalques na carteira,
Cumpriu com inusitado desvelo a avaliação da saúde física e mental dos funcionários, que ficou conhecida como o célebre "caso das picas", mas deixou por concretizar o seu grande sonho de saber o que cada um dos seus subordinados estava a fazer em cada momento, através do preenchimento da ficha concebida pelo seu amigo Vasco, e que os outros directores regionais se orgulham de ter conseguido.
Tal como o seu amigo Director Geral, era exímio no "show off" e em "chegar-se à frente" nas inaugurações e cerimónias em que estivessem presentes colunáveis e figuras importantes. Uma das últimas do seu consulado como director regional foi a inauguração da reabilitação da ponte da Meimoa.
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