segunda-feira, 9 de março de 2009

Manuel Alegre: Esperança num poeta ?

A "trova do vento que passa" ainda dói, sobretudo para quem esteve 12 anos exilado do seu país. Manuel Alegre, o locutor combatente da Rádio Liberdade, jamais trocará Coimbra, Lisboa ou o Alentejo por Bruxelas ou Estrasburgo. A alma do poeta e do resistente clamam mais alto: no exílio dourado "não há Sol, nem Sul".
Há que assumir o combate mesmo contra os "camaradas" do aparelho que o desejam longe. Nervosos e desesperados, os aparatchiki não suportam afirmações como, "Qualquer dia é como nos "Miseráveis": quem rouba um pão é condenado , quem faz trafulhices num banco é premiado com o dinheiro dos contribuintes".
Sócrates sabe que Alegre, para além de ser um histórico e uma referência do PS, vale mais de um milhão de votos. Os eleitores estão fartos dos "yes men" e dos venais e têm a premonição de que os poetas não são vendidos de circunstância. "Não se trata de condições, trata-se da verdade! Não exijo que o governo se renegue. Não quero é renegar-me a mim próprio. Não pretendo fazer o programa do governo, mas gostaria de ter alguma participação e mudar algumas políticas do executivo". Alegre dixit.
Manuel Alegre esticou "a corda até ao limite"e não abdica de valores como a revogação do código laboral, a suspensão do modelo de avaliação dos professores, a abolição das taxas moderadoras e os serviços públicos a funcionarem de acordo com a lógica do interesse geral.
E, já agora, que se lembre (também) do abandono, pelo Estado, dos edifícios e monumentos nacionais, e do caos que se instalou nos organismos que deveriam zelar pelo património.
A exemplo de outros sectores, a política cultural não existe. Não há dinheiro para nada porque a reabilitação não dá show-off, nem inaugurações que entrem na contabilidade dos votos.
É que se um poeta não se vende - nem precisa de fazer exames (normais ou por fax) para ser doutor e falar com autoridade - também não vende as memórias do povo, nem esquece a história da Pátria.



(Mesmo que não concorde, leia a entrevista de M. Alegre ao "Expresso", de 2009.03.07).

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