terça-feira, 23 de setembro de 2014

O PARTIDO DA LUA NOVA

No último debate, António José Seguro falou no "partido invisível" dos interesses, que atravessa todos os partidos (incluindo o PS) e do qual muita gente fala, que apoia António Costa, referindo-se ao caso concreto do ex-administrador do BES Nuno Godinho de Matos, porta-voz dos fundadores do PS e apoiante de Costa, como um exemplo de "promiscuidade total entre o sistema financeiro e os partidos". 
Costa acusou o toque: "Se tu tivesses tido com o Governo um décimo da agressividade que tens para comigo, este Governo já tinha caído". E arregalando os olhos ao seu adversário, disparou: "o que é que tu fizeste de concreto na vida para combater a corrupção?", lembrando as várias medidas que disse ter tomado quando foi ministro da Justiça e que, até agora, não tiveram resultados visíveis, como, por exemplo, para encontrar culpados nos casos do BPN, do BPP, do BES,  das PPP's, do Freeport ou dos submarinos. 
Para já, a obrigatoriedade da declaração de interesses, que Seguro deu como exemplo para os advogados deputados, teve as suas consequências quando, logo a seguir, António Vitorino, provavelmente desagradado com o "populismo", aproveitou o seu comentário semanal na SICN para declarar publicamente o seu apoio a António Costa.
Se tivéssemos estado no lugar de João Adelino Faria gostaríamos de ter feito muitas outras perguntas. Gostaríamos de saber, por exemplo, se o indignado António Costa, tal como o seu amigo José Sócrates, também enviou mensagens de amizade aos envolvidos do PS no processo "Face Oculta" e se acha bem que o secretário-geral - enquanto tal - deva manifestar apoio público a correlegionários seus envolvidos em processos judiciais (como, por exemplo, o da pedofilia da Casa Pia). E, já agora, se também apoia a "generosidade" dos militantes que, como Godinho de Matos, transportaram ou transportam malas de dinheiro para os dirigentes.
O próximo dia 28 de Setembro vai ser decisivo. Desiludam-se aqueles que pensam que não há diferenças, por ambos os candidatos a candidatos serem do mesmo partido. Mais que estes dois homens estão em causa duas formas de fazer política. Ganhe quem ganhar, o futuro do PS não vai ser fácil. E não é por causa do Governo.
Se os partidos não se regenerarem melhorando substancialmente a sua democraticidade e transparência, - nomeadamente separando a política dos negócios - as novas realidades políticas e sociais se encarregarão de os substituir. Para além do novo partido de Marinho Pinto, já anunciado para 5 de Outubro, outros movimentos, mais ou menos inorgânicos, surgirão  a ameaçar os partidos do arco do poder no nosso califado.      

Ligações: “Irritadiço” e “encantador”: António Costa por quem o conhece [Observador]; Godinho de Matos diz que não é porta-voz dos fundadores do PS [Observador]

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