No último debate, António José Seguro falou no "partido invisível" dos interesses, que atravessa todos os partidos (incluindo o PS) e do qual muita gente fala, que apoia António Costa, referindo-se ao caso concreto do ex-administrador do BES Nuno Godinho de Matos, porta-voz dos fundadores do PS e apoiante de Costa, como um exemplo de "promiscuidade total entre o sistema financeiro e os partidos".
Costa acusou o toque: "Se tu tivesses tido com o Governo um décimo da agressividade que tens para comigo, este Governo já tinha caído". E arregalando os olhos ao seu adversário, disparou: "o que é que tu fizeste de concreto na vida para combater a corrupção?", lembrando as várias medidas que disse ter tomado quando foi ministro da Justiça e que, até agora, não tiveram resultados visíveis, como, por exemplo, para encontrar culpados nos casos do BPN, do BPP, do BES, das PPP's, do Freeport ou dos submarinos.
Para já, a obrigatoriedade da declaração de interesses, que Seguro deu como exemplo para os advogados deputados, teve as suas consequências quando, logo a seguir, António Vitorino, provavelmente desagradado com o "populismo", aproveitou o seu comentário semanal na SICN para declarar publicamente o seu apoio a António Costa.
Se tivéssemos estado no lugar de João Adelino Faria gostaríamos de ter feito muitas outras perguntas. Gostaríamos de saber, por exemplo, se o indignado António Costa, tal como o seu amigo José Sócrates, também enviou mensagens de amizade aos envolvidos do PS no processo "Face Oculta" e se acha bem que o secretário-geral - enquanto tal - deva manifestar apoio público a correlegionários seus envolvidos em processos judiciais (como, por exemplo, o da pedofilia da Casa Pia). E, já agora, se também apoia a "generosidade" dos militantes que, como Godinho de Matos, transportaram ou transportam malas de dinheiro para os dirigentes.
O próximo dia 28 de Setembro vai ser decisivo. Desiludam-se aqueles que pensam que não há diferenças, por ambos os candidatos a candidatos serem do mesmo partido. Mais que estes dois homens estão em causa duas formas de fazer política. Ganhe quem ganhar, o futuro do PS não vai ser fácil. E não é por causa do Governo.
Se os partidos não se regenerarem melhorando substancialmente a sua democraticidade e transparência, - nomeadamente separando a política dos negócios - as novas realidades políticas e sociais se encarregarão de os substituir. Para além do novo partido de Marinho Pinto, já anunciado para 5 de Outubro, outros movimentos, mais ou menos inorgânicos, surgirão a ameaçar os partidos do arco do poder no nosso califado.
Se tivéssemos estado no lugar de João Adelino Faria gostaríamos de ter feito muitas outras perguntas. Gostaríamos de saber, por exemplo, se o indignado António Costa, tal como o seu amigo José Sócrates, também enviou mensagens de amizade aos envolvidos do PS no processo "Face Oculta" e se acha bem que o secretário-geral - enquanto tal - deva manifestar apoio público a correlegionários seus envolvidos em processos judiciais (como, por exemplo, o da pedofilia da Casa Pia). E, já agora, se também apoia a "generosidade" dos militantes que, como Godinho de Matos, transportaram ou transportam malas de dinheiro para os dirigentes.
O próximo dia 28 de Setembro vai ser decisivo. Desiludam-se aqueles que pensam que não há diferenças, por ambos os candidatos a candidatos serem do mesmo partido. Mais que estes dois homens estão em causa duas formas de fazer política. Ganhe quem ganhar, o futuro do PS não vai ser fácil. E não é por causa do Governo.
Se os partidos não se regenerarem melhorando substancialmente a sua democraticidade e transparência, - nomeadamente separando a política dos negócios - as novas realidades políticas e sociais se encarregarão de os substituir. Para além do novo partido de Marinho Pinto, já anunciado para 5 de Outubro, outros movimentos, mais ou menos inorgânicos, surgirão a ameaçar os partidos do arco do poder no nosso califado.
Ligações: “Irritadiço” e “encantador”: António Costa por quem o conhece [Observador]; Godinho de Matos diz que não é porta-voz dos fundadores do PS [Observador]
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