Este ano o ICOMOS-Portugal decidiu que não iria organizar nem participar em nenhuma iniciativa de celebração e comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Tomou esta decisão como forma de protesto contra a evolução, que considera muito negativa, da política de conservação do património cultural português
Quatro membros do ICOMOS Portugal produziram um artigo de fundo sobre a actual situação da política da conservação do património cultural, escrevendo a terminar:
«Concluímos: apesar das aparências, esta reforma [do PRACE na Cultura] não descentralizou, não simplificou, não operacionalizou, antes afunilou e concentrou a tomada de decisões. A Gestão do Património foi politizada a um nível inadmissível: os circuitos de decisão não funcionando, tornam-se incompreensíveis acabando por resultar numa fundamentação excessivamente política das decisões patrimoniais em vez de assentarem em justificações culturais e científicas, informadas criticamente e com coerência técnica, o que é particularmente grave em conservação! Situação ainda mais preocupante quando se inicia um processo de alienação de património público de que não havia memória desde a privatização dos bens do clero e da igreja, nos século XIX e no início da República."
Apesar de algumas considerações benevolentes e compreensivas em relação ao PRACE (*), julgamos útil a leitura e a reflexão sobre algumas ideias transmitidas neste artigo.
(*)Reveja a nossa crítica ao PRACE em "Este país não é para funcionários públicos"
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