Escrevemos que "V. Costa na UNESCO" é uma de 1º de Abril, mas pouco faltou para ser verdade.
De facto, não houve sessão no Forte de Sacavém, nem a presença física de Socrates, de Mariano Gago ou Elísio Summavielle. O resto da notícia, sobre as obras do Mosteiro de Santos-o-Novo e da Casa Pia, é mesmo verdade e a notícia, em si, é uma premonição do despacho publicado no Diário da República 2ª Série Nº71, de 10 de Abril de 2008 (não é 1º de Abril de 2008).
Esse despacho é o nº10595/2008 do MAOTDR e reza assim, a determinada altura:
"Considerando a excepcional competência nos domínios acima referidos (ordenamento do território e cidades e da conservação e gestão do patrimonio natural e construído), detida pelo Eng. Vasco Martins Costa, como Director-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, (...) bem como os relevantes serviços prestados e a aptidão e experiência profissional evidenciadas no âmbito dos temas da construção, do restauro e da conservação de edifícios públicos e monumentos nacionais e da gestão do património construído;
Determino, nos termos e ao abrigo do disposto no nº1 do Despacho conjunto dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, do Ambiente e dos Recursos Naturais e do Secretário de Estado da Cultura, de 6 de Setembro, de 1993, o seguinte:
1- É nomeado representante do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional no Grupo de Trabalho Interministerial para a Coordenação e Acompanhamento das Candidaturas de Bens Portugueses à Lista do Património Mundial, Cultural e Natural da UNESCO, o licenciado em engenharia civil e Conselheiro de Obras Públicas Vasco Martins Costa." (sic).
Não queríamos acreditar. Ainda lemos várias vezes. Mas, lá estava, preto no branco, no Diário da República. Ficámos logo a pensar que, se calhar, o tal mamarracho que ensombra a Igreja do Mosteiro de Santos-o-Novo não existia e que o case study da empreitada de remodelação do Colégio N. Senhora da Conceição da Casa Pia também não existia.
Ficámos, também, a pensar nos milhões enterrados no Forte de Sacavém (com apartamento nupcial) e na revista "Monumentos".
Ficamos, ainda, a pensar que, se calhar, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais ainda existia e que a sua extinção seria um prémio pela sua boa gestão, principalmente do seu Director-Geral (sem Direcção-Geral, mas com 8000 contos no bolso por férias "não" gozadas) e Conselheiro (sem Conselho Superior de Obras Públicas) Vasco Martins Costa.
Como o despacho, ora publicado, é de 6 de Setembro de 2007 (mais de sete meses depois da sua consignação), e, como vai sendo habitual, com efeitos retroactivos(!) a 1 de Março de 2007, temos esperança que Nunes Correia - que, pelos vistos não conhece o seu ministério, nem o "simplex" para enviar despachos para o Diário da República - não esteja no seu perfeito juízo, ou que. com considerandos tão "rigorosos", "sábios" e "eloquentes" venha a ser demitido com efeitos rectroactivos à data da sua nomeação.
Para bem da ética e da credibilidade da política.
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