Ao contrário de outros bancos, o BES tentou evitar recorrer a dinheiros públicos através de aumentos de capital. Mas esta opção potenciou os problemas que levaram à actual situação, com o GES próximo da insolvência. Se ainda existiam dúvidas sobre a necessidade do BES recorrer ao Estado, os últimos acontecimentos ajudaram a desfazê-las.
O BES está debaixo do fogo das agências de notação internacionais e encontra-se exposto à elevada dívida das empresas do GES, tendo-se colocado numa posição vulnerável face a eventuais processos judiciais dos clientes a quem vendeu papel comercial da ESI.
A somar a isto tudo, o BES de Angola está na iminência de ser nacionalizado, o que segundo alguns analistas leva à necessidade de capitais da ordem dos 4,3 mil milhões de euros, o que, dado o desmoronar da credibilidade do grupo, torna a injecção de dinheiros públicos inevitável e urgente.
Bem podem Passos e Maria Luís apregoar que os maus investimentos do GES não serão suportados pelos contribuintes. A realidade, pelos vistos, vai ser bem diferente. É preciso evitar danos colaterais antes que seja tarde demais.
Ligações: Bento, Honório e Rato tomam posse imediata do BES [Expresso online]; Banco de Portugal assume rédeas do BES [negócios online]; Passos avisa que contribuintes não podem suportar erros dos bancos [Sol].
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