Terminou no passado dia 7, com uma visita ao Forte de Sacavém, o curso de formação sobre reabilitação de edifícios ministrado no IHRU, com a participação de mais de cinquenta formandos.
Segundo os responsáveis, o evento ultrapassou as expectativas mais optimistas, havendo já cerca de duas dezena de pré-inscrições para uma futura acção. O curso contemplou, entre outros, temas relacionados com a análise de patologias estruturais e não estruturais, humidades, programas de apoio e custos da reabilitação, revestimentos, pedras e madeiras.
De acordo com o relato de alguns formandos, a acção teve uma forte componente relacionada com conservação e salvaguarda do património histórico. A tal facto não deve ser alheio o facto de na organização e docência estarem activamente envolvidos quadros da ex-DGEMN, com longa experiência na recuperação de património histórico.
Parece oportuno questionar as razões que conduziram a que alguns dos melhores técnicos da ex-DGEMN na área dos monumentos estejam afastados do Ministério da Cultura. Será por isso, que não há cursos de formação sobre reabilitação de edifícios promovidos pelo IGESPAR e pelas Direcções Regionais de Cultura (DRC's) ?
Recorda-se que a afectação de pessoal dos organismos extintos (IPPAR, DGEMN, IPA, etc) aos novos organismos (IGESPAR, DRC's, etc) foi feita sem critérios legais (e de competência das pessoas) e que as novas orgânicas vieram piorar ainda mais a situação caótica da defesa e valorização do nosso património cultural. "Apesar das aparências, esta reforma [do PRACE na Cultura] não descentralizou, não simplificou, não operacionalizou, antes afunilou e concentrou a tomada de decisões. A Gestão do Património foi politizada a um nível inadmissível: os circuitos de decisão não funcionando, tornam-se incompreensíveis acabando por resultar numa fundamentação excessivamente política das decisões patrimoniais em vez de assentarem em justificações culturais e científicas, informadas criticamente e com coerência técnica, o que é particularmente grave em conservação!" (sic*).
Por este andar, e com um orçamento para 2009 de 212,6 milhões de euros (menos 2,3% que em 2008), antevê-se para breve a extinção do Ministério da Cultura.
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*Escreve-se num artigo de fundo, produzido por quatro membros do ICOMOS Portugal, sobre a actual situação da política da conservação do património cultural.
*Escreve-se num artigo de fundo, produzido por quatro membros do ICOMOS Portugal, sobre a actual situação da política da conservação do património cultural.
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