quarta-feira, 1 de maio de 2013

SERÁ APENAS INCOMPETÊNCIA E/OU NEGLIGÊNCIA ?

Foi publicado o Boletim Informativo sobre o Sector Empresarial do Estado, relativo ao último trimestre do ano passado. Os famigerados swaps, pomposamente designados por IGRF (instrumentos de gestão do risco financeiro), continuam a evoluir negativamente nas contas públicas, conforme se infere a pág. 23 e seguintes, que se transcrevem. 
"Há detalhes que não podem ser tornados públicos, devido ao interesse do Estado", declarou ontem no Parllamento a secretária de Estado Maria Luís Albuquerque (também ela responsável pelos swaps da REFER, quando lá trabalhava). Como vamos saber, então, por que é que estes contratos foram assinados e foram tão puco equitativos que só deram prejuízos ao Estado?
Depois dos valores astronómicos  da burla do BPN, dos contratos de concessão denominados PPP's, dos mais de 3 mil milhões dos swaps,... que mais virá a seguir para nos lançar irreversivelmente no abismo ? Só o apuramento das responsabilidades civis, criminais e políticas pode pôr cobro à desgraça.

No quadro abaixo evidencia-se o peso do valor de mercado à data de 31 de dezembro (MtM) dos IGRF contratados, face ao endividamento das empresas. Destas, destaca-se a REFER que, apesar do elevado montante de operações contratadas, apresenta um MtM bastante favorável, ainda que negativo. A 31 de dezembro, o único IGRF contratado pela EGREP assume um justo valor negativo de 50,7% do endividamento remunerado da mesma. De salientar ainda o Metropolitano de Lisboa, em que o MtM a 31 de dezembro rondava os 29,6% da dívida, ultrapassando já os 1.240,7 M€.

Apesar do objetivo da contratação dos IGRF dever ser a cobertura do risco financeiro, verifica-se que, desde 2010, em parte em consequência do baixo valor das taxas de juro os IGRF continuam a apresentar um valor de mercado muito negativo. Saliente-se, que no 4º trimestre, em termos agregados ocorreu um agravamento de 6,7% do MtM.
 [...]
Numa análise sumária da origem da contraparte, verifica-se que cerca de 50,3% das operações são contratadas com bancos de origem estrangeira.
Foi, ainda, solicitada a apresentação da análise de sensibilidade dos IGRF contratados à variação das taxas de juro. No entanto, nem todas as empresas tiveram capacidade de apresentar essa análise. De qualquer forma, foi possível apurar que a variação positiva de 1% da Euribor teria um impacto, em cerca de 99% da carteira (em termos de valor nominal contratado), de mais 879,0 M€. No entanto, uma variação negativa de 1% da Euribor teria como impacto um agravamento, no mesmo universo, de 799,0 M€ no valor da carteira.

Ligação: Boletim Informativo Sobre o Sector Empresarial do Estado - 4º Trimestre 2012.

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