Uma investigação do jornal El Universal e documentos judiciais publicados recentemente revelam ter havido, no período 2005-2009, uma forte correlação entre a ascensão do cartel de Sinaloa e o contacto regular da DEA com o principal advogado do cartel.
Segundo a investigação, o governo norte-americano tinha um acordo com o Sinaloa que facilitou o contrabando de biliões de dólares de drogas, enquanto simultâneamente recebia informações sobre os cartéis rivais.
O Sinaloa é liderado por Joaquín "El Chapo" Guzman e fornece 80% das drogas que entram na área de Chicago, estando presente em todas as cidades norte-americanas. Já há muito tempo que existem suspeitas de que Guzman, considerado como "o mais poderoso traficante de drogas do mundo", tem acções coordenadas com as autoridades norte-americanas.
Mas, a investigação de El Universal é a primeiro a publicar documentos judiciais com testemunhos de um agente da DEA e de um funcionário do Departamento de Justiça.
As declarações escritas foram feitas perante o Tribunal Distrital de Chicago, em relação à prisão de Jesus Vicente Zambada-Niebla, filho do líder do Sinaloa, Ismael "El Mayo" Zambada, tido como "coordenador de logística" do do cartel de Sinaloa
Manuel Castanon, agente da DEA (Drug Enforcement Administration), disse ao tribunal de Chicago: Em 17 de março de 2009, num hotel na Cidade do México, conheci e contactei durante cerca de 30 minutos com Vicente Zambada-Niebla e outros dois indivíduos - o agente da DEA, David Herrod, e um elemento de ligação, o advogado Sinaloa Loya Castro, com quem eu tinha trabalhado desde 2005 .... conduzi as conversações em nome da DEA.
Horas mais tarde, a Marinha mexicana prendia Zambada-Niebla ( "El Vicentillo") sob a acusação de traficar mais de mil milhões de dólares de cocaína e heroína. Mais tarde, Castanon e 3 outros agentes visitaram Zambada-Niebla na prisão, tendo o elemento da Sinaloa reiterado o desejo de cooperar, de acordo com Castanon.
El Universal, citando documentos do tribunal, conta que, desde 2000, agentes da DEA tiveram mais de 50 encontros com responsáveis do Sinaloa, como Castro. O então procurador Patrick Hearn declarou ao tribunal de Chicago que, de acordo com o agente especial da DEA Steve Fraga, Castro forneceu informações que levaram à apreensão de 23 toneladas de cocaína e a outras apreensões relacionadas com várias organizações traficantes de drogas e que El Mayo" Zambada queria que o seu filho cooperasse com os EUA.
Os agentes da DEA reuniram-se com membros do cartel no México para obter informações sobre os rivais e, simultaneamente, construiram uma rede de informadores e assinaram acordos de cooperação, sujeitos a resultados, para obter benefícios futuros, incluindo a anulação de processos nos EUA , conta El Universal , que também entrevistou mais de uma centena de policias no activo e aposentados, bem como prisioneiros e especialistas.
Os agentes da DEA reuniram-se com membros do cartel no México para obter informações sobre os rivais e, simultaneamente, construiram uma rede de informadores e assinaram acordos de cooperação, sujeitos a resultados, para obter benefícios futuros, incluindo a anulação de processos nos EUA , conta El Universal , que também entrevistou mais de uma centena de policias no activo e aposentados, bem como prisioneiros e especialistas.
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