Na cerimónia de abertura do ano académico da Universidade de Lisboa, que decorreu na Aula Magna, o ex-reitor António Sampaio da Nóvoa recebeu as insígnias de reitor honorário e, numa intervenção cortada por aplausos, alertou que a crise se transformou em instrumento de dominação, através da legitimação de ideias que, de outra forma, nenhum de nós, estaria disposto a aceitar:
Volta e torna a voltar, sobretudo nos tempos de crise, nos tempos em que justamente mais precisamos das humanidades. Nada interessa a não ser o que tem uma utilidade imediata.
Utilidade imediata? Mas para quê? E para quem?
Repita-se: a poesia é a única prova concreta da existência do homem. Ninguém decretou a existência da literatura, das artes e da criação. Ninguém decretará a sua extinção, o seu desaparecimento, a sua inutilidade. Temos um dever de resistência perante esta visão empobrecida do mundo, do conhecimento e da ciência. Não há culturas dispensáveis.
Ligação: Aqui vive-se. Aqui respira-se. [Visão]
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