A VIDA É BELA*

Daniel Ribeiro, correspondente do Expresso em Paris, andou a investigar o dia a dia de José Sócrates na capital francesa e escreveu, no epílogo do seu trabalho jornalístico, que a pergunta que ouviu com mais frequência foi esta: quem paga as despesas de Sócrates na excessivamente cara cidade de Paris ?

A pergunta é pertinente, quando a nova vida do ex-primeiro ministro não é propriamente de pobre ou remediado e ainda não se queixou - como Cavaco - que recebia subvenções insuficientes para sobreviver. Sócrates mora num bairro onde apenas os ricos podem comprar ou arrendar casa (renda mensal  de um T3 anda para cima dos 4 mil euros). E só de manhã sai do seu status ao tomar diáriamente uma bica, num café popular.

Muita gente também anda intrigada como é que um ex-primeiro ministro, em vez de ser professor universitário ou equiparado, é estudante voluntário no Instituto de Estudos Políticos de Paris (IEP), vulgo Sciences Po. 

Claro, que custa a acreditar que ele ande a estudar com a idade que tem,  depois de ter sido primeiro-ministro. Mas, em Portugal, é assim: quanto menos curriculum profissional e menos habilitações  académicas, mais possibilidade um político tem de ser ministro ou primeiro-ministro. Isto é: primeiro treina, faz experimentação política, chega a ministro e primeiro ministro. e, depois, por essa via, adquire a capacidade económica para estudar no estrangeiro, de preferência em cidades com glamour. Assim, os lobbys, os aventais e os votos do povo ajudem.

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*para alguns. Austeridade, que é isso ? Estes invejosos...

Ligações: Sócrates vai para Paris ? Logo se vê...;  MP não viu documentos originais ?.