Dia a dia o WikiLeaks vai divulgando telegramas mais ou menos reservados de diplomatas americanos na web. Ficamos a ter acesso à realpolitik do planeta, a partir de um lugar na net, apoiado por um grupo de jornalistas e meios tecnológicos simples. Mas que, inteligentemente, reuniu apoio de rectaguarda de media internacionais de indiscutível credibilidade como The New York Times, The Guardian, Le Monde, Der Spiegel e El País. Será que precisamos do Wikileaks ? Julian Assange, jornalista australiano, fundador da organização responde, em entrevista recente a Al-Jazeera.
O Wikileaks veio despertar as pessoas, os governos e a diplomacia para a realidade tecnológica em que vivemos e com a qual temos que conviver. Não adianta matar o mensageiro: se Assange for anulado, outros jornalistas surgirão a garantir a liberdade de informação; o Wikileaks mudará de url as vezes que for necessário; e outros sítios* na internet aparecerão a seguir-lhe o exemplo. A probição e a perseguição só servem para mediatizar e suscitar nas pessoas - mesmo que não concordem plenamente - a solidariedade para com o Wikileaks.
Não é aniquilando o mensageiro que a notícia deixa de ser verdadeira e os factos deixam de existir. Se os governos e os seus diplomatas se sentem nús na praça pública, em vez de reagirem com medidas de censura e de caça às bruxas, devem, provávelmente, procurar terapêutica para os males de que enfermam.
Sugerimos também a leitura dos artigos de El País Aprendizaje cívico, de Soledad Gallego-Díaz e Preguntas y respuestas sobre los papeles del Departamento de Estado.
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*Foi anunciado o aparecimento a partir de segunda-feira do OpenLeaks.
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