O cerne da questão é que os ministros das Finanças não podem dispor livremente das reservas de ouro dos bancos centrais. Qualquer pessoa singular vende o seu ouro e os seus bens, quando está em dificuldades. Mas, para os governos parece que se aplicam regras diferentes.
Muitos países têm vivido durante anos - ou mesmo décadas - acima das suas possiblidades, mas agarram-se ao seu património e fazem com que sejam outros países a pagar as suas dívidas ou, então, declaram-se incapazes de as pagar. Na União Europeia há alguns exemplos. A Grécia está a negociar com a "troika" (União Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) dinheiro para um novo resgate. Ao mesmo tempo, Atenas detém um tesouro notável de quatro milhões de onças de ouro, correspondente a cerca de quatro camiões do precioso metal. Ora, as barras brilhantes dos cofres do Banco Nacional da Grécia, valendo cerca de quatro mil milhões de euros, dariam para o Estado grego pagar de imediato uma parcela da dívida vincenda, sem apoio externo.
Portugal, outro país em crise, tem grandes reservas do metal precioso, que ainda vêm do tempo de Salazar. Em vez de solicitar o resgate internacional, Lisboa poderia ter vendido nos últimos meses, o seu tesouro de ouro no valor de 13 mil milhões de euros.
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