Um dia depois do Presidente da República ter dado o seu contributo para o debate do Estado social, defendendo, na inauguração do novo lar da Santa Casa da Misericórdia de Alcácer do Sal, que "pode faltar o dinheiro para muita coisa, mas não pode faltar para apoiar aqueles que de um momento para o outro se vêem lançados numa situação de carência material", Passos Coelho apresentou a proposta de revisão constitucional do PSD , sob fortes críticas do PS, com o líder parlamentar a afirmar que a única motivação dos sociais-democratas é deixar cair o Estado social.
Em contraponto, no mesmo dia, a ministra Gabriela Canavilhas divergia do discurso oficial e, segundo o jornal «i», assumia "o colapso iminente do Estado social" nos países da UE. A ministra da Cultura referiu que "os défices públicos estão a obrigar a repensar o financiamento" do actual modelo e que "o Estado social está ameaçado". Presente no Seminário sobre Gestão Cultural, que decorreu ontem no Centro Cultural de Belém, a ministra divergiu do discurso oficial do governo e do PS, declarando, à Lusa, que "os cortes de despesa pública nos países europeus demonstram que o Estado social encontrou o seu limite".
Em relação ao seu ministério, disse que é fundamental "uma reflexão conjunta produtiva que possibilite criar formas alternativas de financiamento" e que o Ministério da Cultura «continuará a ser o garante da actividade cultural nuclear do País».
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