Depois da decisão de não adjudicação do troço da Rede de Alta Velocidade (RAV) Lisboa-Poceirão, soube-se agora, pela TVI, que teve acesso aos anexos ao contrato. que a parceria público privada da concessão do troço Poceirão-Caia vai custar o dobro do anunciado. O Estado vai pagar cerca de 3.000 milhões de euros e também uma quantia anual em função da quantidade de comboios que circularem na infra-estrutura.
A TVI entrevistou João César das Neves, que disse que «os números são assustadores. Numa altura em que todos sabemos que é preciso cortar, que há gente a sofrer, que o desemprego aumenta e é difícil aguentar as prestações sociais para os desempregados, vamos alegremente assinar uma coisa destas. É difícil de entender como pode alguém entrar nisto».
E o conhecido economista prossegue: «Estamos a falar de uma monstruosidade. Há uns anos, quando analisei o assunto, o custo total da ligação de Lisboa a Madrid é o que eles agora contrataram para o troço do Poceirão a Caia. E a ligação a Lisboa, embora tenha menos quilómetros, é muito mais cara, porque tem terrenos urbanos, túneis e a terceira ponte sobre o Tejo. Já para não falar das derrapagens, mas à partida isto vai ficar muito mais caro».
A TVI, que teve acesso aos anexos* ao contrato, divulga montantes de despesa pública com esta parceria público-privada bastante maiores que os divulgados públicamente pelo Ministério das Obras Públicas: conferindo com as verbas previstas no contrato (e seus anexos) dá um valor total da ordem dos 2.765 milhões de Euros, sem considerar a inflação.
Quanto ao risco do investimento transparece que não é equitativo, entre o consórcio adjudicatário (ELOS - Ligações de Alta Velocidade, S.A.) e o Estado, já que, nos termos do contrato, o concessionário tem garantida uma taxa interna de rentabilidade de 11,9 %, e o Estado não tem garantias no caso de incumprimento contratual.
Veja o vídeo da TVI sobre este assunto clicando aqui e compare com a versão publicada no sítio da RAVE.
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*Ao contrário do Bloco de Esquerda, que se queixou publicamente que os mesmos ainda não lhe tinham sido fornecidos, pelo governo.
P.S. Confrontado com a notícia da TVI, o ministro, António Mendonça, nega... Confira os sofismas do ministro, no artigo da Agência Financeira "Ministro nega que TGV custe o dobro do previsto" (24 Setembro 2010, 10:39 ).
*Ao contrário do Bloco de Esquerda, que se queixou publicamente que os mesmos ainda não lhe tinham sido fornecidos, pelo governo.
P.S. Confrontado com a notícia da TVI, o ministro, António Mendonça, nega... Confira os sofismas do ministro, no artigo da Agência Financeira "Ministro nega que TGV custe o dobro do previsto" (24 Setembro 2010, 10:39 ).
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