terça-feira, 12 de abril de 2011

DECLARAÇÃO DE FERNANDO NOBRE

A propósito da anunciada candidatura de Fernando Nobre, como candidato independente na lista do PSD por Lisboa, às próximas eleições legislativas, publicamos, a pedido de alguns leitores, a sua declaração na página do Facebook*, entretanto encerrada.

Aceitei o convite que me foi dirigido pelo Dr. Pedro Passos Coelho para ser candidato a deputado, com o estatuto de independente, para cabeça de lista por Lisboa e ainda para a minha indigitação como candidato a Presidente da Assembleia da República.
Foi uma decisão muito difícil.
Fi-lo depois de prolongada reflexão e ponderando com profundidade e seriedade todos os interesses atendíveis.
Depois da minha Candidatura Presidencial e da caminhada que comigo fizeram milhares de Portugueses, muitos desiludidos com a política e sequiosos de encontrar uma alternativa de Cidadania, não foi simples nem óbvio para mim encontrar a resposta justa e assertiva ao desejo que o Dr. Pedro Passos Coelho me colocou.
O País vive uma situação dramática, os tempos que nos aguardam são espinhosos e duros, estamos carecidos de rumo e é preciso encontrar plataformas de entendimento que nos permitam abrir os caminhos do futuro.
Não há mais tempo a perder. Não há mais tempo para esperar que os problemas se resolvam por si.
Eu acredito, e disso dei conta aos Portugueses, que todos temos o dever de participar.
O facto de termos o direito de sermos independentes não nos livra da responsabilidade de contribuir para o futuro colectivo.
Não era meu propósito ser deputado, e disso de resto dei público conhecimento em recente entrevista a um Semanário. Não era essa a via pela qual acreditava poder continuar a missão que me propusera.
Mas o projecto que me foi apresentado pelo Dr. Pedro Passos Coelho é bem mais amplo, para além de que preserva a minha autonomia e independência.
Pela primeira vez na história da Democracia Portuguesa, um Cidadão Independente, sem vínculo partidário, poderá contribuir, com a sua intervenção, na gestão da política, num lugar de tão grande relevância como é a Presidência do Parlamento.
Isso terá óbvias consequências no entendimento e credibilização da acção política, bem como será, espero, um estímulo para uma participação mais activa dos Cidadãos na vida política do País.
Tentarei com empenhamento total contribuir para a reconciliação dos cidadãos com a prática política, para que diminua a abstenção, e para que os Cidadãos voltem a acreditar que existe esperança, porque são possíveis práticas politicas alternativas.
Acredito nas intenções do Dr. Passos Coelho e revejo-me em muitos dos argumentos que me apresentou e no modelo que, em conjunto, idealizámos como uma via para ajudar a desbloquear o nosso sistema político que hoje está desfasado do País e da vida dos Portugueses.
Sei que poderei ser alvo de muitas incompreensões, de outras tantas críticas e até do desprezo de muitos, mas o que me determinou foi a convicção de que poderei servir o meu País e ser útil a Portugal.
Sou antes de mais um homem de acção e um patriota.
Serei um Presidente da Assembleia da República escrupulosamente respeitador das instituições e do Estado mas não renegarei nunca as minhas convicções, a minha vocação de humanista, e os valores e desígnios da Cidadania.
Acredito que, com trabalho e diálogo permanente com os grupos parlamentares, é possível reforçar a confiança dos Portugueses no seu Parlamento e estabelecer novas formas de relação com a sociedade civil.
Estou já a preparar um programa que submeterei aos futuros líderes parlamentares para gerar mais consensos, para reforçar o regime e a Democracia, para abrir novas oportunidades de auscultação e diálogo com os Cidadãos.
Terei uma intervenção activa, transparente e mobilizadora. Tudo farei para que o exemplo restitua a esperança e a esperança constitua um factor de unidade em torno da reconstrução de Portugal.
Não há nenhum compromisso que valha o papel em que foi escrito se esquecer o Povo como principal protagonista do esforço de desenvolvimento de Portugal.
Acredito que, mesmo quando os tempos parecem adversos e o caminho sem saída, os nossos problemas podem ser ultrapassados.
O que Portugal precisa é que se forme um sentimento de Justiça e Solidariedade para todos.
Independentemente das suas crenças e opções.
O que realmente necessitamos é que pessoas com opiniões diferentes se juntem, com respeito mútuo, para cooperar nas soluções dos nossos problemas.
Portugal e a Democracia não têm tempo a perder. Por isso aceitei este desafio. Mais uma vez com espírito de missão e de consciência tranquila, porque sinto que é hoje e não amanhã que devo servir o meu País.
Conto com todos os que comigo se têm genuinamente batido pela defesa dos direitos civis e sociais e por uma Cidadania activa que apresente soluções concretas para os problemas urgentes da nossa sociedade.
Esta não é a hora de estar calado e acomodado.
Nunca Portugal necessitou tanto que todos os Cidadãos assumam as suas responsabilidades e façam ouvir a sua voz.
Se todos nascemos livres e iguais em dignidade e direitos, não há tempo melhor que este para exercermos com determinação e responsabilidade os nossos deveres.
Foi a pensar nos que não têm voz e no futuro das novas gerações que tomei esta decisão.

Lisboa 10 de Abril 2011

Fernando Nobre
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*Leia a notícia do Expresso online, sobre o fecho da página de FN no Facebook.

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