Se precisasse de dinheiro e os seus amigos lho emprestassem a uma taxa de juro superior à dos bancos, o leitor inferiria, no mínimo, que os seus amigos, afinal, não eram tão amigos como pensava. E, para não ficar com dúvidas, pedir-lhes-ia uma explicação que, provávelmente, seria que juros mais altos convenceriam melhor as respectivas consortes a conceder os empréstimos.
Parece que está a acontecer um caso idêntico com o nosso País, como se alcança das manchetes dos media deste fim de semana: o FMI quer que Portugal pague juros mais baixos e que a ajuda se prolongue por mais tempo, para atenuar efeitos recessivos na nossa economia; ao contrário, os nossos pareceiros da UE, pressionados pela opinião pública respectiva, pretendem juros mais elevados e menos prazo.
A posição dos nossos "amigos" europeus, com os precedentes da Grécia, da Irlanda e da Islândia, faz-nos pensar, sobretudo quando os nossos parceiros europeus têm retirado largas vantagens da União Europeia, alargando mercados e expandindo a sua economia, à custa dos países periféricos.
Ora, oriundo da China - país que vai comprando a dívida pública americana e europeia -, há um provérbio que diz, que pior que os inimigos, são os falsos amigos. Agora, que surgiu em Portugal o portal Second Love para pessoas comprometidas, não será altura de Portugal e os outros parceiros intervencionados procurarem um "Second Love" para países comprometidos ?
Ou, então, talvez evitando a hipocrisia, seja melhor irem logo para o divórcio, mesmo com os danos colaterais que a separação provoca nos conjuges.
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