terça-feira, 19 de outubro de 2010

A literacia financeira dos portugueses

O reconhecimento de que as decisões dos cidadãos, para além dos efeitos financeiros individuais, têm também repercussões importantes na estabilidade macroeconómica e financeira, levou o Banco de Portugal a promover um Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa, cujos resultados divulga hoje, através de três documentos principais: Apresentação dos principais resultados do Inquérito à Literacia Financeira (pdf) , Sessão de Apresentacão do Inquérito à Literacia Financeira (pdf)Dados de Apoio - Principais resultados do Inquérito à Literacia Financeira (xls).

Este inquérito vem mesmo a calhar, numa altura em que os cidadãos são chamados a pagar com mais impostos a factura da má gestão da coisa pública,  é previsível o aumento do endividamento e da falta de condições para o cumprimento dos seus compromissos.

Para além do consumismo crescente, o cerne do problema está na efectiva iliteracia geral e na falta de educação financeira, que o "eduquês" veio agravar. Daqui resulta que não podemos esperar que, de um momento para o outro, as pessoas saibam lidar com dificuldades financeiras e com endividamento, causado por precalços ou imprevistos, como a perda de um emprego ou a compra de um produto fora do orçamento.
O portal brasileiro dos Administradores  publica dez regras simples para combater o endividamento, preconizadas por Reinaldo Domingos (educador e terapeuta financeiro):

1. É preciso estabelecer uma estratégia para sair do endividamento, conhecendo detalhadamente os credores, valores, taxas de juros e, antes de tudo, reestruturar o orçamento financeiro para propor um acordo que caiba em seu bolso.
2. Dois fatores levam ao endividamento são eles: o crédito fácil e o marketing publicitário, assim todo cuidado é pouco com essa mistura.
3. Cuidado com as facilidades de créditos, como cartão de crédito e cheque especial, é importante entender que algumas destas linhas de crédito possuem as maiores taxas de juros praticadas.
4. Não "emprestar" seu nome para que parentes e amigos façam dívidas. Se eles não podem usar o próprio nome é porque provavelmente já estão com problemas de endividamento.
5. Para não entrar no endividamento, tenha reservas financeiras que possam ser utilizadas em momentos de dificuldades.
6. Procure não trocar apenas um credor por outro, é muito comum combatermos o efeito do endividamento, recomendo combater a causa do problema. É preciso rever seus hábitos e costumes sobre seus ganhos e gastos.
7. Utilize a portabilidade de uma dívida, buscando taxas de juros mais baixas. Essa operação é assegurada pelo Banco Central.
8. Somente faça acordos com seus credores quando tiver certeza que pode pagá-los.
9. Quem compra a prazo paga juros, quem paga juros paga mais caro, quem paga mais caro realiza menos sonhos.
10. Quem tem prestações tem dívidas.

Estas regras merecem meditação. É que, mesmo que actualmente tenhamos finanças pessoais ou familiares equilibradas, com a austeridade anunciada, devemos preparar-nos para um futuro pouco risonho.

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