Boa parte dos organismos públicos paga rendas ao Fundimo (CGD) e à Estamo (Parpública). Depois de vender os edifícios àquelas entidades controladas por capitais públicos, o Estado é agora arrendatário dessas mesmas entidades.
O Ministério da Administração Interna (MAI), por exemplo, paga 4,7 milhões de euros anuais para utilizar edifícios do Estado.
A sede do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foi inaugurada em Julho de 2009 e, sete meses antes e sem ocupar o edifício, já o SEF pagava uma renda mensal de 126 787 euros, que ainda actualmente paga. Metade do mesmo edifício está arrendada por 61 666 euros mensais e é ocupada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANR). Em consequência, só com este edificio, o MAI paga ao Fundimo do grupo CGD, 2 milhões e 260 mil euros.
Quando o SEF mudou para as novas instalações, a sua antiga sede foi vendida à Estamo (participada a 100% pela Parpublica), tendo o Estado arrecadado 5,768 milhões de euros de receita para reduzir o défice. Mas vendeu para arrendar: paga ao novo proprietário uma renda anual de 45 mil euros por um edifício que não utiliza e que está de novo á venda.
O prédio da Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) foi vendido por 7,5 milhões de euros, há 2 anos, à Estamo, que agora é a senhoria do prédio e recebe da IGAI uma renda anual de 544 mil euros.
Outra propriedade vendida pelo MAI à Estamo, por 7,767 milhões de euros, foi a Quinta das Águas Livres, em Belas, onde funciona a Unidade Especial da PSP, que passará a pagar à Estamo uma renda, logo que seja feito o contrato de compra e venda e o contrato de arrendamento.
Anote-se que a Estamo revende alguns dos edifícios comprados ao Estado, ao Fundiestamo, que é um fundo de investimento da própria Estamo.
(Re)veja este trabalho da SIC.Ligações: Estado continua a vender património a si próprio; Abutres: apenas o caos vigente em algumas empresas do Estado ?; Estado vende património imobiliário a si próprio.
Notícia de hoje do SOL: Governo quer vender sede do CES.
Sem comentários:
Enviar um comentário