Uma falha técnica, em conjunto com as decisões dos pilotos, esteve na origem do acidente do voo AF-447, ocorrido em 31 de maio de 2009, no Oceano Atlântico. A confirmação baseia-se no relatório preliminar sobre o conteúdo das caixas-pretas do Airbus A-330-200, revelado hoje, em Paris pelo Bureau d'Enquêtes et d'Analyses (BEA).
Segundo o relatório, devido a uma falha na indicação da velocidade, a aeronave apresentou aos pilotos duas informações diferentes, havendo uma incoerência entre as velocidades verificadas do lado esquerdo e no instrumento de socorro (ISIS), que durou um pouco menos de um minuto.
Só os tubos de pitot, as sondas de velocidade, situadas na lateral esquerda da aeronave tiveram os dados registrados pelo Flight Data Recorder (FDR), segundo o comunicado do BEA. O terceiro sensor, situado no lado direito, não teve registos.
As anomalias no voo começaram às 2h10min05s - hora de Greenwich -, quando o piloto automático do avião se autodesligou. Nesse mesmo instante, um dos copilotos assumiu o comando da aeronave, quando afirmou "Eu tenho o controlo", de acordo com as gravações feitas pelo Cockpit Voice Recorder (CVR), a caixa-preta que regista o diálogo dos pilotos e os sons da cabine.
Baseados nesses dados incongruentes, foram tomadas as primeiras decisões pela tripulação. As 2h10min16s, o copiloto afirmou: "Nós perdemos as velocidades, então". A seguir, completa: "Modo alternativo". Em "modo alternativo", ou "directo", são desligados os sistemas eletrónicos de proteção contra perda de sustentação.
O avião ganha inclinação de 10 graus e segue uma trajectória ascendente. Nesse momento, de acordo com o BEA, o piloto da aeronave, Marc Dubois, não estava no seu lugar, o que não representa nenhuma falha no comportamento do comandante, dado que as pausas para repouso são regulamentadas por convenções internacionais em voos de longa duração. Às 2h10min50s, os co-pilotos tentam chamar Dubois.
O avião ganha inclinação de 10 graus e segue uma trajectória ascendente. Nesse momento, de acordo com o BEA, o piloto da aeronave, Marc Dubois, não estava no seu lugar, o que não representa nenhuma falha no comportamento do comandante, dado que as pausas para repouso são regulamentadas por convenções internacionais em voos de longa duração. Às 2h10min50s, os co-pilotos tentam chamar Dubois.
Às 2h10min51s, o alarme de perda de sustentação é acionado mais uma vez. Ao fim de um minuto, a incoerência de velocidade desaparece. Às 2h11min40s, o comandante entra na cabine e reassume seu posto. Nos segundos que se seguem, todas as velocidades registradas tornam-se inválidas e o alarme de perda de sustentação para, explica o documento, detalhando mais à frente, que as ordens do co-piloto foram principalmente para levantar.
Essa decisão teria sido determinante para que o avião perdesse sustentação.
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